Para falarmos dos três passos para abordar alguém que pode estar com depressão, vamos entender um pouco sobre o cenário da depressão.
A depressão é considerada um dos males do século. E, de fato, vamos observar que o século XX e aquele que entramos logo em seguida, século XXI, apresentaram, ambos, diversos marcos históricos: o modo de trabalhar mudou, passando do artesanal para o industrial, e deste, para o modelo remoto. A globalização, o advento da internet e das redes sociais, junto ao aumento do volume de informações disponíveis. Mais recentemente, a pandemia ocasionada pelo Coronavírus, que aumentou o isolamento social e apresentou um grande número de perdas e luto.
Todos esses são apenas alguns dos diversos acontecimentos que apontam para um mesmo fato: enquanto seres humanos, não somos descolados do contexto em que vivemos – e nossa saúde mental também não. Desde o século passado, são crescentes as pesquisas para entender o que é a depressão e, hoje, já sabemos que ela acontece por uma série de fatores.
No que diz respeito aos componentes genéticos, ainda é difícil de mapear quais genes estão envolvidos na ocorrência desse transtorno, porém, neurotransmissores como a dopamina, serotonina, ocitocina e cortisol mostraram o caminho para a fabricação de medicamentos, todos voltados para a diminuição dos sintomas depressivos.
No entanto, apenas os componentes genéticos não conseguem explicar o porque as pessoas se deprimem: as condições socioeconômicas de alguém, acontecimentos traumáticos na infância (como violências e abusos), e, também outros eventos de vida, como a perda de um ente querido e o desemprego, aumentam o risco da ocorrência desse transtorno na vida adulta. A depressão também é uma das principais causas de afastamento do trabalho.
Sabemos que, o que existem, não são doenças e sim, pessoas em sofrimento. E pode ser que você perceba alguém próximo que está sofrendo, mas não saiba como ajudar. Lembre-se: a depressão não “nasce do dia para a noite” e nem é frescura, muito menos, falta de força de vontade de alguém. Trata-se, na verdade, de uma doença, assim como diversas outras doenças que existem.
Confira 3 passos para abordar alguém que pode estar em depressão:
- Esteja atento ao modo como as pessoas expressam para você o que estão sentindo: observe se você está próximo a alguém que, constantemente, compartilha com você a sensação de perda de sentido na vida, não está conseguindo comemorar vitórias ou acontecimentos importantes, coloca-se para baixa, e fala com frequência sobre a perda de foco e problemas no sono e apetite;
- Pergunte: veja se a pessoa também percebe que se sentir assim por tanto tempo não é normal, e que não “está bom”, e se ela sabe que um tratamento adequado pode ajudar. Convide a pessoa a refletir sobre como têm se sentido, e pergunte se você pode ajudá-la a procurar ajuda;
- Ofereça ajuda (a sua, mas, principalmente, a ajuda profissional): enquanto amigo ou familiar, você pode ouvir repetidas vezes acerca do sofrimento de alguém que está em depressão. Procure ouvir e interessar-se verdadeiramente, sem julgar, e ofereça cuidados à pessoa (como tempo de qualidade juntos e palavras de apoio. Isso pode ajudar muito. No entanto, incentivar a pessoa a procurar um psicólogo, iniciando um acompanhamento psicológico, pode ser crucial para uma melhora, já que com o profissional será possível ver sobre esse sofrimento de maneira singular e individual. Há casos em que o médico psiquiatra deverá participar do tratamento.
Sabemos que podem haver dúvidas, medos e outras questões envolvidas na abordagem de alguém que pode estar em depressão. É comum que quem está passando por esse problema evite falar sobre isso, ou mesmo, demore a pedir ajuda. Mas, ao colocar a empatia em prática muito pode-se mudar, apenas acolhendo a perspectiva da outra pessoa. Além disso, o Clude Saúde conta com uma equipe multiprofissional com enfermeiras, psicólogas, assistente social, nutricionista e personal trainer para promover saúde de uma forma completa.