A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que a vacinação contra COVID-19 pode ser recebida para mulheres que amamentam, uma vez que as vacinas atenuadas não representam nenhum risco ao bebê.
Proteção Dupla: Vacinação Materna para Saúde do Bebê
A vacinação é de suma importância por propiciar a proteção das lactantes contra a COVID-19 e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão da doença aos recém-nascidos dessas puérperas vacinadas, visto que, os anticorpos produzidos pelo organismo desta lactente, após a vacina, são excretados no leite materno gerando proteção ao bebê, portanto, o impacto da vacinação é positivo tanto para a mãe quanto para o recém-nascido.
Transferência de Anticorpos: Papel Vital do Leite Materno
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) constatou que puérperas vacinadas contra a covid-19 produzem anticorpos que podem ser transmitidos ao recém-nascido pelo leite materno.
Enquanto na gestação são produzidos e transmitidos os IgG, por via transplacentária. É a placenta que permite o intercâmbio de partículas entre a gestante e o bebê.
No caso de anticorpos, há um receptor na placenta que se gruda nessa molécula, interage com ela e passa, então, do lado da mãe para o lado do filho, da circulação materna para a circulação fetal.
Já no puerpério, através do aleitamento são produzidas as imunoglobulinas A (IgA). A cada duas ou três horas, os bebês recebem por meio do leite esse anticorpo, que se “biodegrada”, enquanto o IgG permanece no sangue por um tempo maior, ou seja, possui uma meia-vida maior.
Os anticorpos IgA secretória contra o SARS-CoV-2 protegem potencialmente o bebê amamentado contra a COVID-19. Esses anticorpos são secretados junto das proteínas e gorduras, e compõem o leite materno. Assim, eles continuam a ser transmitidos depois do nascimento.
Reforço na Segunda Dose: Aumento de Anticorpos e Proteção Contínua
Além disso, foi observado que a segunda dose fornece um aumento no nível de anticorpos, sendo mantidos no leite materno após alguns meses de amamentação.
O efeito protetor do aleitamento materno é particularmente forte contra as doenças infecciosas que se previnem mediante a transferência direta de anticorpos e outros fatores anti-infecciosos e a transferência duradoura da competência imunológica e a cognição.
Outro estudo de caso publicado na revista HumanVaccines&Immunotherapeutics mostrou que a imunização durante o período da gravidez levou à passagem do anticorpo anti-SARS-CoV-2 para o recém-nascido e não causou nenhuma reação adversa à mãe ou ao feto.
Recomendação Médica: Febrasgo Endossa Importância da Vacinação Materna
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomenda que a vacinação contra a COVID-19 é importante tanto para a proteção materna quanto para a proteção do recém-nascido.
Portanto, é de suma importância que mantenham o calendário vacinal atualizado pela proteção do binômio (mãe-bebê), além de formar uma rede de proteção individual e coletiva, com o intuito de diminuir e controlar a circulação da doença.
Referências bibliográficas
- https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-08/anticorpos-contra-covid-19-podem-passar-para-bebes-pelo-leite-materno
- https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/dcsbp-vacinacao-contra-covid19-lactantes.pdf
- http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2021/07/imunidade-contra-covid-19-e-transmitida-de-mae-para-bebe/
- https://pebmed.com.br/vacinacao-contra-o-coronavirus-em-mulheres-que-amamentam/