É difícil achar alguém que nunca tenha ouvido falar sobre depressão, nunca tenha tido dúvidas ou uma pulga atrás da orelha em relação a isso. Também, é comum ter visto alguém passando por essa situação e não ter conseguido identificar seus sintomas, achando que era falta de força de vontade ou algo nesse sentido.
A depressão é considerada um diagnóstico amplo, já que ela pode apresentar diferenças em relação aos sintomas, pois eles podem variar. Isso significa que as características de um certo grupo de sintomas se refere a um tipo de depressão e outro grupo a um outro tipo, sendo que a doença pode ser leve, moderada ou grave.
O que pode variar é a intensidade, o tempo de duração e o quanto esses sintomas comprometem a vida da pessoa, seja em suas atividades do dia a dia ou em sua relação consigo mesmo e com outras pessoas.
O fato de ter um diagnóstico amplo permite dizer que existem “depressões”, no plural. É importante que um profissional de saúde mental faça o diagnóstico diferencial da condição para outras doenças, identificando quando e se ela está associada à ansiedade ou ao uso abusivo de álcool e outras drogas, por exemplo.
De maneira geral, os sinais vão sempre de encontro ao humor deprimido, a perda de interesse nas atividades do dia a dia e a fadiga, que é aquele cansaço geral. Algo essencial que precisa ser discutido ao falarmos da depressão é que ela é diferente da tristeza que eventos da vida podem trazer, mas que é uma tristeza que chega, fica um pouco e vai embora. Geralmente, a tristeza é mais um dos muitos sentimentos difíceis dos quais fugimos e evitamos sentir, mas ela também importa muito quando traz a possibilidade de reflexão e de autoexame, por exemplo.
Já na depressão, quando olhamos de forma mais atenciosa, percebemos que se trata de sintomas que são persistentes e que comprometem à vida da pessoa de algumas formas: humor deprimido, sensação de vazio que é invasivo, desinteresse, cansaço, problemas para dormir ou acordar, alterações no apetite e no peso, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, que estão relacionados aos sentimentos de culpa ou falta de autoconfiança.
Alguns sintomas físicos de doenças podem ser mais intensos em pessoas com depressão, pois existem também fatores de risco que podem desencadear episódios depressivos como ter uma doença crônica ou ter tido alguma doença aguda grave recentemente, um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Além disso, as condições de vida e até mesmo o isolamento social também podem agravar o quadro.
Em alguns casos, após a avaliação médica, é indicado o uso de medicação para amenizar sintomas. Junto ao acompanhamento psicológico, estar em grupos de apoio, mapear e aceitar o suporte de pessoas próximas, a depressão pode deixar de fazer parte da vida da pessoa.