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Ansiedade: causas, diagnóstico e tratamento

A ansiedade é uma emoção natural do ser humano que envolve preocupação, pensamentos acelerados e medo. É um fator importante para evolução da nossa espécie, pois ela nos protege de situações que podem ser perigosas, como, por exemplo, andar em uma rua escura à noite. Neste caso, ela faz com que evitemos esse ambiente ou ao menos, fiquemos mais atentos. Sentimos a ansiedade também em situações do dia a dia e que não necessariamente são negativas, como em uma expectativa para uma data importante, uma apresentação ou um primeiro encontro, sendo que os sintomas são amenizados logo após a situação ansiogênica. 

Porém, a ansiedade pode ser problemática quando é sentida de forma intensa e frequente, atrapalhando a qualidade de vida, as relações e gerando sofrimento emocional. Quando os prejuízos são tão intensos a ponto de paralisar o indivíduo e frequentes, acontecendo na maior parte dos dias ao longo de ao menos 6 meses, podem ser considerados um transtorno de ansiedade. Dentre os transtornos de ansiedade mais comuns, tem-se:  

1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

É um transtorno psicológico caracterizado principalmente pela preocupação excessiva e estresse recorrente. Os sintomas são compostos por fatores físicos e psicológicos, envolvendo pensamentos, emoções e comportamentos, podendo variar de uma pessoa para outra, conforme descrito abaixo:  

  • Boca seca 
  • Tremores e dores no corpo 
  • Agitação 
  • Dificuldade de concentração 
  • Sudorese 
  • Calafrios 
  • Pensamentos acelerados e negativos 
  • Preocupação excessiva e constante 
  • Irritabilidade  
  • Alterações no sono 
  • Falta de ar  
  • Aperto no peito 

 

O conjunto de grande parte desses sintomas apresentados de forma intensa é considerado uma crise de ansiedade. As crises de ansiedade podem ocorrer em indivíduos sem diagnósticos de transtorno mental, sendo considerado uma reação extrema de medo e nervosismo, geralmente associada a momentos de estresse intenso. Os fatores que desencadeiam crises de ansiedade podem ser diversos a depender da história de vida e os sintomas podem se confundir com problemas de saúde, como infarto.  

O que fazer durante uma crise de ansiedade?

A respiração é uma aliada importante nos momentos de crise de ansiedade, pois promove a circulação de oxigênio no cérebro e a amenização dos sintomas de forma gradual. Portanto, em momentos de ansiedade intensa pratique:

1. Exercício de respiração diafragmática 

Vá para um lugar que se sinta confortável e que não possa ser interrompido. Feche os olhos, inspire, segure o ar por alguns segundos e solte o ar lentamente pela boca. Repita esse exercício quantas vezes for necessário para que os sintomas sejam amenizados. 

2. Relaxamento progressivo muscular 

Fique em uma posição confortável e contraia os músculos do seu corpo, um músculo de cada vez. Pode começar pelos pés, pernas, braços e ombros. Tensione e depois relaxe. Repita esse exercício ao menos 3 vezes com cada músculo. Você irá focar no relaxamento ao invés de focar nos sintomas de ansiedade.  

3. Pense criticamente sobre os seus pensamentos

Durante uma crise de ansiedade podem surgir diversos pensamentos automáticos acelerados negativos, geralmente fatalistas e catastrofizantes sobre a situação presente. É importante questionar esses pensamentos, pois na maioria das vezes eles não condizem com a realidade e podem gerar muito sofrimento. Se questione: Quais são as evidências que comprovam essa minha ideia? Quais são as evidências contrárias a esse pensamento? Existem possibilidades alternativas? E se esse pensamento for verdade, como poderia lidar com ele? 

Estes exercícios auxiliam na amenização dos sintomas de ansiedade de forma gradual. Porém, após uma crise é importante passar por uma avaliação com um profissional de saúde mental. 

2. Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)

É um transtorno psicológico que consiste na evitação de se expor a certas situações por medo e ansiedade, gerando intenso sofrimento emocional, pois os sintomas são desproporcionais, irreais e excessivos em comparação à ameaça real. O medo e a ansiedade devem persistir por ao menos 6 meses e causar um sofrimento significativo na qualidade de vida do indivíduo e em seu funcionamento social e ocupacional.  

3. Transtorno de Pânico

É um transtorno psicológico em que se tem a ocorrência de ataques de pânico recorrentes, com prejuízos significativos na qualidade de vida do indivíduo. Os ataques de pânico se referem a um início abrupto de medo intenso e ansiedade, devendo ser apresentados de  forma recorrente por ao menos um mês, com uma preocupação persistente sobre os ataques de pânico. Alguns sintomas de ataque de pânico são: 

  • Dor no peito
  • Tontura 
  • Dificuldade para respirar 
  • Problemas no estômago 
  • Sudorese 
  • Coração acelerado 
  • Despersonalização (sensação de não estar conectado com o próprio corpo) 

 

Estes são apenas alguns tipos dos Transtornos de Ansiedade, sendo que para todos existe tratamento e melhora dos sintomas, promovendo uma melhor qualidade de vida.  

Diagnóstico  

O diagnóstico dos transtornos de ansiedade são realizados por meio de uma avaliação e entrevista clínica, feitos por profissionais de saúde mental que se baseiam no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).  

Causa e Tratamento  

A causa dos transtornos de ansiedade são multifatoriais, envolvendo fatores biológicos, sociais e psicológicos. Algumas doenças, como, por exemplo, arritmias, insuficiência cardíaca e asma, podem contribuir para o desenvolvimento da ansiedade.  

O tratamento consiste em realizar acompanhamento psicológico e psiquiátrico, por vezes sendo necessário o acompanhamento com ambos profissionais. A medicação irá auxiliar na amenização dos sintomas e o acompanhamento psicológico ensinará de forma conjunta ao paciente, estratégias práticas e emocionais para lidar com sintomas de ansiedade, reduzindo ou até mesmo eliminando os sintomas dentro de alguns meses.

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Referências

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora. 

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