De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado em 2022 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil de 2000 a 2021.
Conhecendo as hepatites virais: tipos, causas e transmissão
Hepatites virais são doenças com vírus que agridem o fígado. Podem ocorrer devido a uma infecção por vírus ou bactérias, mas o uso excessivo de alguns medicamentos, drogas, álcool ou doenças autoimunes também podem acarretar para o seu surgimento. Existem alguns tipos de hepatites, sendo que os mais comuns no Brasil são causados pelos vírus A, B e C e, com menor frequência, o vírus D.
Prevenção é fundamental
As hepatites A e E são de transmissão oral e fecal, portanto, podem ser adquiridas através de águas e alimentos contaminados, sendo a E menos frequentemente encontrada no Brasil. Os métodos de prevenção, nestes casos, consistem no saneamento adequado, higienização das mãos e dos produtos a serem consumidos.
No caso das hepatites B, C e D, estas podem ser transmitidas de forma vertical (entre mãe e filho na gestação e parto), parenteral (na utilização de agulhas, tesouras, alicates e seringas contaminadas) e sexual. Dessa forma, o pré-natal adequado, para rastreio da doença e assistência no parto; o não compartilhamento de itens perfurocortantes; e as relações sexuais protegidas com camisinha são as formas de prevenção junto à vacinação. No caso da hepatite D, esta ocorre apenas nos indivíduos que já foram infectados pela hepatite B, porque a D precisa deste vírus anterior para se replicar.
Existe também a hepatite medicamentosa, que ocorre devido ao consumo excessivo de alguns medicamentos e a esteato-hepatite, causada pela condição conhecida como “esteatose hepática”, que é o acúmulo de gordura no fígado, o que causa a inflamação no órgão.
Sintomas silenciosos: as hepatites virais e a importância da detecção precoce
Sendo um problema de saúde pública, as hepatites virais, na maioria das vezes, são inflamações silenciosas, não apresentando sintomas, que só se manifestam até que surja alguma complicação mais forte. Os primeiros indícios da doença acontecem entre 15 e 60 dias após a contaminação. No entanto, quando há a manifestação, há alguns sintomas gerais:
- Dor abdominal e inchaço na barriga;
- Náuseas e vômitos;
- Cansaço e tontura;
- Urina escura e fezes claras;
- Pele e olhos amarelados.
Tratamento e vacinação: abordagens para o manejo das hepatites virais
As hepatites não possuem um tratamento específico, portanto, ele irá variar dependendo do tipo e grau da infecção. É necessário o acompanhamento médico, analisando o estado clínico e histórico do paciente, juntamente com a utilização de medicamentos antivirais prescritos, caso necessário.
Desde a primeira infância, as vacinas contra as hepatites A e B são ofertadas pelo SUS e estão presentes no calendário de vacinação. Como a hepatite D está associada à B, a imunização é correspondente. Para as hepatites C e E não há, ainda, vacina criada e liberada para a população.
Referências
Boletim Epidemiológico – Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde | Número Especial | jun. 2022
Boyer, S. B. et al. Cost-utility analysis of four WHO-recommended sofosbuvir-based regimens for the treatment of chronic hepatitis C in sub-Saharan Africa. BMC Health Services Research, v. 22, n. 303, 2022.
Ministério da Saúde. (2017). Hepatites virais. Guia de Vigilância em Saúde: Volume Único. Ministério da Saúde.